Como está a sua relação com a comida?
Numa altura em que se fala tanto sobre o que se deve e não deve comer, vale pena refletir sobre como está a sua relação com este ato essencial à sua sobrevivência: comer.
2/20/20242 min read
Atualmente, somos diariamente bombardeados com informação sobre dietas, que nos dizem que há alimentos bons e maus, que certos alimentos deviam ser proibidos e que comer por prazer é desnecessário. Além disso, estamos todos sujeitos à pressão social para ter um determinado tipo de corpo, que encaixe no padrão de beleza atual e que, supostamente, nos trará mais saúde (o que não é necessariamente verdade). É neste contexto que, possivelmente, já se questionou se tem, ou não, uma alimentação saudável e o que poderia fazer para que fosse melhor. Mas já perguntou alguma vez, se tem uma boa relação com a comida? Apesar de nunca se ter falado tanto de alimentação saudável, parece que perdemos a autonomia alimentar, já não sabemos o que comer, nem quando comer, nem em que quantidade, porque a culpa anda de mãos dadas com o prazer e o medo de engordar está sempre à espreita.
Existem alguns sinais de que a sua relação com a comida pode estar a precisar de atenção, como por exemplo:
Estar constantemente a pensar em comida, seja no que já comeu ou no que vai comer;
Sentir culpa por comer determinados alimentos;
Comer às escondidas ou esconder os vestígios do que comeu;
Ter vergonha de comer em frente a outras pessoas;
Usar a comida como o principal mecanismo para lidar com as emoções;
Ver a comida como algo que tem que ser merecido ou compensado, por exemplo com exercício físico;
Evitar ter certos alimentos em casa, porque não se consegue controlar quando estão disponíveis;
Ficar ansioso ou recusar ir a eventos sociais que envolvem comer;
Saltar de dieta em dieta frequentemente e já não saber o que é comer normalmente.
Se se identificou com alguma destas afirmações, saiba que não precisa de ser assim, mas a solução não passa por fazer mais uma dieta. Procure um bom nutricionista que faça mais do que prescrever um plano alimentar, mas sim que o ajude a perceber melhor os alimentos e a entender como funciona o seu corpo. É assim que vai recuperar a sua liberdade alimentar.
Crónica publicada no Diário de Aveiro
Nutricionista
Cédula Profissional nº 2144N
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